O Casamento Plural um dia vai voltar?

Escrevi um artigo e fiz um vídeo sobre o casamento plural, poligamia - que aconteceu em épocas passadas. Naquela ocasião expliquei que ter mais de uma esposa é exceção. Na maior parte das vezes Deus ordena que o homem tenha apenas uma esposa (Jacó 2:27). O Livro de Mórmon ensina que o povo de Deus “não [deveria] ter mais que uma esposa nem concubina alguma” (Jacó 3:5). E numa escritura moderna lemos: Abraão recebeu concubinas e elas geraram-lhe filhos; e isso lhe foi atribuído como sendo retidão, porque elas lhe foram dadas e ele obedeceu à minha lei; como também Isaque e Jacó nada mais fizeram do que aquilo que lhes fora ordenado; e porque nada mais fizeram do que as coisas que lhes foram ordenadas, (...) Davi também recebeu muitas esposas e concubinas, assim como Salomão e Moisés, meus servos; e também muitos outros de meus servos, desde o princípio da criação até agora; e em nada pecaram, a não ser nas coisas que não receberam de mim” (D&C 132:37-38). Veja, portanto, que em alguns casos Deus permite - e até ordena o casamento plural. Mas isso deve ser feito sob a ordem expressa Dele, mediante a autorização dos profetas que portam as devidas chaves do sacerdócio.



O Casamento Plural foi uma prática no começo da Igreja - e em 1890, o Presidente Wilford Woodruff, que era o profeta e presidente da Igreja, emitiu um Manifesto que interrompeu a prática do casamento plural na Igreja. Esse manifesto se encontra hoje na Declaração Oficial 1 de Doutrina e Convênios.

Algumas pessoas pensam que essa prática voltará um dia, ou seja, que casamentos plurais serão autorizados e até ordenados. Entretanto, isso não é verdade. Pelo menos, não existe escritura neste sentido. Algumas pessoas, que acreditam no retorno do casamento plural citam Isaías 4:1, que diz: “E sete mulheres naquele dia lançarão mão de um homem, dizendo: Nós comeremos do nosso pão, e nos vestiremos do que é nosso; tão-somente queremos ser chamadas pelo teu nome; tira o nosso opróbrio.” Mas essa passagem, embora se refira aos últimos dias, não pretende profetizar o retorno da poligamia, mas demonstrar a instabilidade do mundo.

Em nome da Primeira Presidência e em resposta à pergunta “O casamento plural ou celestial é essencial para uma plenitude de glória no mundo vindouro?”, o Presidente Charles W. Penrose (1832–1925) escreveu: “O casamento celestial é essencial para uma plenitude de glória no mundo vindouro, conforme explicado na revelação a esse respeito; mas não foi afirmado que o casamento plural seja igualmente essencial” (Charles W. Penrose, “Peculiar Questions Briefly Answered” [Respostas Breves para Perguntas Estranhas], Improvement Era, setembro de 1912, p. 1042)

Em 1933, a Primeira Presidência declarou: “O casamento celestial — ou seja, o casamento para esta vida e para a eternidade — e o casamento polígamo ou plural não são sinônimos. Os casamentos monogâmicos para esta vida e para a eternidade, solenizados em nossos templos de acordo com a palavra do Senhor e a lei da Igreja, são casamentos celestiais”. (James R. Clark, ed., Messages of the First Presidency of The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints, 6 vols., 1965–1975, vol. 5, p. 329.)

De modo condizente com essas declarações, o Élder Bruce R. McConkie (1915–1985), do Quórum dos Doze Apóstolos, escreveu: “O casamento plural não é essencial à salvação ou exaltação. A Néfi e a seu povo foi negada a permissão de terem mais de uma esposa, mesmo assim eles poderiam obter todas as bênçãos da eternidade que o Senhor oferece a qualquer povo. Em nossos dias, o Senhor resumiu por revelação toda a doutrina da exaltação e a baseou no casamento entre um homem e uma mulher (D&C 132:1–28). Depois disso, Ele acrescentou os princípios referentes à pluralidade de esposas com a condição específica de que esses casamentos somente seriam válidos se autorizados pelo Presidente da Igreja (D&C 132:7, 29–66)”. (Bruce R. McConkie, Mormon Doctrine [Doutrina Mórmon], 2ª ed., 1966, pp. 578–579)

Élder Melvin J. Ballard (1873–1939), do Quórum dos Doze Apóstolos também disse: “Aqueles a quem é negada uma descendência eterna não podem se tornar como Deus é, porque isso em conexão com outras coisas os torna Deus. A eternidade do convênio do casamento deve ser entendida claramente pelos santos dos últimos como o selamento de pelo menos uma mulher a um homem para esta vida e por toda a eternidade. Portanto, não se confundam nesse ponto achando que isso obrigatoriamente significa mais do que uma mulher. Pode ser, sem dúvida, mas isso significa ao menos que um homem e uma mulher sejam selados pelo poder do santo sacerdócio e pela aprovação seladora do Espírito Santo para esta vida e por toda a eternidade, e depois cumprem seus convênios, antes de se tornarem candidatos ao mais alto grau de glória celestial, e somente a eles de todos os grupos dos filhos de nosso Pai é feita a promessa de descendência infinita ou eterna” (The Three Degrees of Glory: A Discourse by Melvin J. Ballard [Os Três Graus de Glória: Discurso de Melvin J. Ballard], 22 de setembro de 1922, p. 10; grifo do autor).

Hoje em dia, conforme instruídos pelo Senhor por meio de Seu profeta, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias não pratica o casamento plural, e as pessoas que se casam com mais de uma mulher não têm a permissão de filiar-se à Igreja ou permanecer como membros dela - mesmo em países que autorizam a poligamia.

A monogamia é o padrão de Deus para o casamento, exceto quando Ele autorizar ou ordenar o contrário por meio de Seu profeta. A Igreja não ensina que a participação no casamento plural seja necessária para a exaltação. E desconheço ensinamentos dos presidentes da Igreja ou dos apóstolos modernos dizendo que o Casamento Plural retornará.

Pessoalmente acredito que os propósitos do Casamento Plural em nossa dispensação foram todos atendidos, não sendo mais necessário seu retorno. Portanto, cuidado com ensinamentos que dizem aquém ou além. Como o Senhor disse: “Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna.” (Mateus 5:37) De fato, ensinar que o Casamento Plural retornará pode confundir as pessoas, enfraquecer a fé e macular a verdade doutrinária do casamento eterno. Tenhamos cuidado com isso!

Saiba mais:


"O Novo e Eterno Convênio" - Elder Marcus B. Nash - A Liahona Dezembro de 2015

Comentários

  1. Caramba, muito bom eim! Esclarecedor, e com toda informação exposta sendo palavras dos profetas, o entendimento flui, pq são as palavras do Senhor. Muito bom tb a ultima ressalva em relação ao compartilhamento de certas informações, cada um receberá luz ao seu tempo. Muito obrigado pelo seu tempo dedicado à nós, que somos todos da mesma descendência divina, que vivíamos juntos. E temos que nos esforçar muito para manter isso aqui nesse nosso período mortal, mas acredito que sempre teremos exemplos ao nosso redor de pessoas que nos motivam com sua humildade a sermos mais unos de coração, e se buscarmos dentro de nós mesmos, sei que podemos aprender a... olhar para uma pessoa como se estivéssemos contemplando a criação mais bela que nossos olhos e o nosso eu pudesse vislumbrar. Pois sei que, nessa esfera mortal, não nos serão revelados todo conhecimento e mistérios. Mas ao olharmos para TUDO (sejam para as pessoas, a natureza, objetos, enfim tudo que é perceptível aos nossos sentidos), e saber que fazemos parte desse todo, que na menor molécula ou onda pela qual toda matéria se inicia nós somos ligados de uma forma que não compreendo, vamos conseguir contemplar mais a existência de cada coisa, de cada pessoa. Essa vida não é fácil, e cada um carrega sua cruz. Mas se conseguirmos entender, e saber de coração, que a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, que Deus, Cristo, o Santo Espírito, são a realidade pura de todo esse Universo, acredito que tudo será mais feliz nos nossos dias. Pois, o que se sente quando se imagina, que depois daqui, ainda vamos existir e conhecer mundos e tantas coisas fantásticas que em sonhos podemos criar? Eu ficaria realmente maravilhado, assombrado, curioso, bobo, nem imagino o que será quando meus olhos, o meu eu consciente vislumbrar nem que seja um pouquinho do conhecimento pleno, pois ainda sigo na busca, assim como cada um de nós. E a fé precisa ser super nutrida, pois com meus olhos ainda muito carnais, não consigo enxergar isso, mas algo dentro do coração, talvez esperança, me leva a crer que essa é a verdade de TUDO, e eu amarei se assim for. Falo ´´se assim for´´, pq imagino se eu tivesse nascido em uma cultura totalmente diferente, que por exemplo, acreditam que nós vivemos numa ´´grande tartaruga´´´, ou qualquer cultura, foi apenas um exemplo, dessa forma, seria provável que para mim a verdade seria outra, e como eu disse antes, temos que buscar muita luz e nos desprendermos das coisa terrenas para alcançarmos o doce sabor do conhecimento verdadeiro. Obrigado de novo!

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