Joseph Smith foi maçom?

O Profeta Joseph Smith Jr., que viu Deus o Pai e Jesus Cristo e que foi o instrumento de Deus para restaurar o Evangelho, foi um maçom?

Sim, Joseph Smith, por um curto período de sua vida, foi um maçom.

Mas o que é maçonaria? Maçonaria é uma associação de homens que, a despeito de suas religiões e posições políticas, se reúnem para aprender e exercer caridade. Ela é cerca de simbolismos - e suas reuniões normalmente são secretas.

Hoje exitem várias ramificações na maçonaria - e algumas delas até podem conter elementos anti-cristãos. Mas a maçonaria tradicional - e que a existia na época de Joseph Smith não continha elementos apóstatas. Era um grupo filosófico.

A palavra "maçom" vem do francês e significa "pedreiro" ou "construtor". Como outras sociedades secretas, a Maçonaria desenvolveu-se nos séculos XVI e XVII e tornou-se um refugio de ideias novas na sociedade européia, fortemente conservadora, influenciada pela Igreja Católica e pela monarquia absolutista. A maçonaria teve um papel significativo na era moderna e contemporânea.

Os maçons tiveram importante papel no começo dos Estados Unidos. É bem conhecido o fato de grandes pensadores norte americanos, como Benjamin Franklin e George Washington serem maçons.

Na época de Joseph Smith muitos maçons ocupavam cargos de destaque. A Igreja vinha sofrendo grande perseguição, e Joseph deve ter pensado que tornar-se maçom lhe daria acesso aos políticos, de modo a esclarecer as injustiças que a Igreja sofria, e conseguir algum amparo. Ele também era amigo de conversos que eram maçons, e desde outubro de 1841 permitira a instalação de loja (lugar onde os maçons se reúnem) em Nauvoo (a cidade construída pelos mórmons).

Joseph Smith e muitos moradores de Nauvoo foram formalmente iniciados na ordem maçônica em março de 1842.

Os maçons possuíam graus dentro de seus rituais - e Joseph se tornou um exemplar maçom, progredindo muito rápido. Todavia, especialmente por causa do apóstata John C. Bennett, os maçons de cidades vizinhas começaram a nutrir sentimentos “anti-mormons”.

Joseph Smith foi assassinado em 1844, e a Igreja deixou Nauvoo, devido a intensa perseguição, partindo para o oeste desconhecido - e as relações com a maçonaria se tornaram mais distantes.

A Igreja hoje se coloca em posição neutra sobre a entrada de seus membros para maçonaria tradicional. Porém, adverte seus membros para que sejam sábios e usem o tempo que possuem com sensatez, cumprindo seus compromissos profissionais, educacionais, familiares, religiosos e para com a sociedade [1]

Mas haveria outro motivo para o Profeta entrar na maçonaria além de buscar apoio político?

Algumas pessoas pensam que Joseph Smith teria aprendido sinais e símbolos na maçonaria e a partir deste conhecimento, teria restaurado ensinamentos e ordenanças do Templo. Tal teoria porém não é verdadeira. A doutrina ensinada nos Templos não provém da maçonaria. Por meio de pesquisa história se verifica que muitos dos conceitos do Templo já eram conhecidos de Joseph desde 1831 - uma década antes dele se deparar com a maçonaria.

Não obstante, assim como em outros grupos, religiões e culturas – os maçons possuem pequenos fragmentos do que vemos nos Templos hoje. Hugh Nibley, um grande estudioso, disse:

“Teria Joseph Smith reinventado o templo, reunindo novamente todos os fragmentos — judeus, ortodoxos, MAÇONS, gnósticos, hindus, egípcios, etc.? Não, não foi assim que aconteceu. Pouquíssimos fragmentos estavam disponíveis em sua época, e o trabalho de reuni-los, como vimos, só começou na segunda metade do século XIX. Mesmo que estivessem disponíveis, aqueles míseros fragmentos não poderiam ser reunidos para formar um todo. Até hoje, os estudiosos que os coletam não sabem o que fazer com eles. Não é o templo que deriva deles, mas sim, o contrário. (…) O fato de que algo de tamanha plenitude, coerência, engenhosidade e perfeição tenha sido trazido à luz num único local e momento — da noite para o dia, por assim dizer — é uma prova muito adequada de uma dispensação especial.” (“What Is a Temple”, The Collected Works of Hugh Nibley: Volume 4 — Mormonism and Early Christianity, ed. Todd M. Compton e Stephen D. Ricks, 1987, pp. 366–367, 383.)

Além disso, existe uma grande diferença entre os ensinamentos dos Templos Mórmons e dos rituais maçons. No Templo, mulheres e homens participam em igualdade – a maçonaria tradicional é só para homens. No templo o ensinamento é sobre o Plano de Salvação, Adão e Eva e a Expiação, na maçonaria, sobre preceitos corretos mas de ordem terrena, com ilustrações sobre a construção do Templo de Salomão. No Templo falamos de Cristo, na maçonaria não. No templo temos o sacerdócio, na maçonaria não.

Para saber mais:

Qual a relação dos mórmons com a maçonaria? - mormonsud.net

"Conflito crescente em Illlinois", capítulo 21, História da Igreja na Plenitude dos Tempos - pg. 264

Nota

Em 12 de fevereiro de 2009 a Presidência da Área Brasileira, cujo presidente era o Élder Charles A. Didier, enviou uma carta para Presidentes de Missão e Presidentes de Estaca sobre a Maçonaria. Eis alguns trechos:

“Lembramos que a escolha de se tornar maçom é um assunto pessoal. Não existe nenhum tipo de discriminação na Igreja quanto à associação de seus membros à maçonaria embora sua participação não seja encorajada.
Qualquer membro que tenha recebido sua investidura no templo fez o convênio de consagrar-se ao Senhor e Sua Igreja. Isto suplanta e precede qualquer envolvimento em organizações criadas pelos homens.
Todos nós temos compromissos eternos com nosso cônjuge e filhos. Muitos de nós temos o compromisso com nosso chamado, comunidade e profissão, o que leva à falta de tempo para o envolvimento em quaisquer outras associações.
Quando os membros da Igreja que se dizem maçons, anunciam, divulgam ou ensinam sobre a maçonaria usando sua condição de membro ou as organizações da Igreja, devemos lembrá-lo cuidadosamente de que não devem fazê-lo. A participação em ambas as organizações podem causar divisão na sua lealdade e compromisso ao evangelho.”