Os mórmons acreditam que podem se tornar deuses?

Uma de nossas principais crenças como membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos  dos Últimos Dias é a de que cremos ser filhos e filhas de Deus:
"Cada indivíduo é um filho (ou filha) gerado em espírito por pais celestiais que o amam e, como tal, possui natureza e destino divinos." (Família: Proclamação ao Mundo)


Como filhos de Deus temos o potencial de nos tornarmos semelhantes a Ele um dia. Assim como uma criança cresce e desenvolve os atributos de seus pais, a natureza divina de Deus, em nós, pode ser desenvolvida, por meio do poder de Cristo, para tornar-nos como o Pai Celestial.

Antes de prosseguir é preciso definir algumas palavras. Imortalidade é viver pra sempre. Graças a Jesus Cristo, todas as pessoas que nascem na Terra terão um corpo ressurreto e serão imortais, sejam boas ou más (1 Coríntios 15:22). Mas nem todas habitarão no mesmo lugar. Deus tem várias moradas, ou reinos, que diferem em glória (João 14:2, 1 Coríntio 15:41). Após a ressurreição, as pessoas serão julgadas e herdarão diferentes reinos, segundo suas obras e desejos.

Todas as pessoas, exceto os filhos da perdição (seguidores do diabo), serão salvas em algum reino de glória - mas a salvação no reino mais elevado se chama exaltação. Significa herdar a Vida Eterna, que é o maior dom de Deus (D&C 14:7, 131:1–4). Mas teremos um artigo especifico sobre esse tema em breve. Por enquanto, guardemos isso: Deus deseja não apenas que sejamos salvos, mas que sejamos exaltados - salvos no mais alto Reino, onde poderemos viver com Ele, ser como Ele e ter tudo o que Ele tem - inclusive uma família eterna.

A Bíblia ensina amplamente nossa relação com Deus - e nosso potencial de não apenas vivermos com Ele, mas sermos como Ele.

Em Gênesis lemos:
“E disse Deus: Façamos o homem a nossa imagem, conforme a nossa semelhança. (…) E criou Deus criou o homem à sua própria imagem, à imagem de Deus os criou; homem e mulher os criou” (Gênesis 1:26-27)
Depois que Adão e Eva comeram do fruto da “árvore do conhecimento do bem e do mal”, Deus disse que tinham “se tornado como um de nós” (Gênesis 2:17) sugerindo que um processo de se aproximar da divindade já se iniciara. A mortalidade, este tempo de provação, é vital para nos provarmos dignos de alcançar o lar celeste.

Em Salmos também lemos:
“Eu disse: vós sois deuses; e todos vós filhos do Altíssimo.” (Salmos 82:6).
O Salvador usou essa passagem quando foi acusado de blasfêmia (João 10:33-34).

No sermão da montanha, Jesus ordenou a seus discípulos a tornarem-se “perfeitos, como é perfeito o vosso pai que está nos céus.” (Mateus 5:48) por sua vez, o Apóstolo Pedro disse que o Salvador “cheio de grandes e preciosas promessas” possibilitou que nos tornássemos “participantes da natureza divina” (2 Pedro 1:4).

O apóstolo Paulo ensinou que somos “filhos de Deus” e como tal, salientou que “nós somos filhos de Deus: somos logo herdeiros também; herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo.” (Atos 17:29; Romanos 8:16-17).

E no livro de Apocalipse encontramos a promessa de Jesus Cristo, que “ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono, assim como eu venci e me assentei com meu pai no Seu trono.” (Apocalipse 3:21)

Algumas pessoas não interpretam tão diretamente essas passagens, vendo uma metáfora - e achando prepotência crer que podemos nos tornar como Deus, Pai. Mas outras revelações nos ensinam que a obra e glória de Deus é "levar a efeito a imortalidade e vida eterna do homem" (Moisés 1:39, 1 João 2:25, 5:11). Vida Eterna é o tipo de vida que Deus tem - viver onde Ele vive, possuir os atributos que Ele possui (João 17:3, 2 Pedro 1:3-11), e ter tudo o que Ele tem (Romanos 8:17, D&C 132:20,  D&C 76:51–60, Efésios 1:13–14).

É evidente que não conseguiremos alcançar tão grandioso destino sozinhos ou por nosso próprio esforço. Se não fosse o poder e graça de Cristo jamais teríamos esperança de exaltação eterna (João 3:15, Tito 3:7, 2 Néfi 2:27, Mosias 15:23). Mesmo depois de morrermos e recebermos o direito à Vida Eterna, ainda continuaremos a progredir, aprendendo e nos desenvolvendo até a perfeição completa.

Segundo Paulo, a Igreja, organizada com apóstolos e profetas nos ajuda nesse processo de aperfeiçoamento "até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo" (Efésios 4:11-13).

Para terminar é importante dizer que não somos politeístas por acreditar que todos podemos progredir e nos tornar semelhantes ao Pai Celestial.
"Os santos dos últimos dias acreditam que os filhos de Deus vão sempre adorá-Lo. Nosso progresso nunca mudará Sua identidade como nosso Pai e nosso Deus. Na verdade, nosso relacionamento eterno e exaltado com Ele será parte da “plenitude da alegria” que Ele deseja para nós." ("Tornar-se como Deus", Tópicos do Evangelho)
O Plano de Salvação existe para que possamos alcançar um destino tão glorioso que mal podemos imaginar!

Por meio de Jesus Cristo podemos ser deuses! Ele não nos daria um mandamento impossível. Ele nos ordenou ser perfeito como o Pai (Mateus 5:48, 2 Néfi 12:48). Ele sempre prepara um caminho para que sua ordens possam ser cumpridas (1 Néfi 3:7).

Ainda que pouco tenha sido revelado sobre essa maravilhosa condição futura - sabemos o suficiente para nos alegrar, prosseguir com firmeza em Cristo com um perfeito esplendor de esperança e amor a Deus e a todos os homens, nos banqueteando com a palavra de Cristo e perseverando até o fim - ocasião em que poderemos ouvir do Pai: "Tereis vida eterna" (2 Néfi 31:20). Que maravilha será esse dia. Ouviremos: "Bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor (Mateus 25:23)

Saiba mais

"Tornar-se como Deus", Tópicos do Evangelho, lds.org

"Perfeição Incompleta", Conferência Geral, outubro de 1995

"Vida Eterna", Tópicos do Evangelho, lds.org



Comentários

  1. Acho que é em Isaías que diz que depois do senhor nenhum deus se fez, o que me diz sobre essa escritura?

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    Respostas
    1. Digo que deve ser lida dentro do contexto e com a ciência de que sua interpretação não fere outras dezenas de passagens que falam de nosso progresso e possibilidades eternas, muitas das quais estão em Isaías.

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